01/09/2008

Design como uma EXPRESSÃO CULTURAL

Todo profissional do Design deviria ler isso.
Obrigado Professora Marta.
Um abraço do Nosso Grupo de Estudos.

Caros,

Folheando algumas das edições da Revista KAZA, reli uma matéria publicada no número 2 da revista com Gaetano Pesce, um dos grandes nomes do design internacional contemporâneo, quando esteve aqui no Brasil para participar do Seminário Abitare Itália 2003, promovido pelo Instituto Italiano para o Comércio Exterior.


Para ele o design "é uma EXPRESSÃO CULTURAL antes de ser uma expressão econômica. Traz questões existenciais, políticas, religiosas e costuma provocar o mercado. Os governos não entenderam ainda que os grandes recursos não são os recursos naturais de um país mas sua capacidade criativa. Depois da Primeira Grande Guerra houve uma mudaça nos custos com a produção em série, uma inovação no conceito de produção. Criou-se a possibilidade de comprar um produto com preço baixo. Mas a indústria já percebe a saturação do igual."

E explica melhor: "Hoje podemos aliar a tecnologia sofisticada e os baixos custos para que haja uma diversificação da produção industrial. No entanto, é preciso chegar a uma crise de consumo. A idéia de fazer a mesma cadeira para todo mundo era ideal, tempos atrás. Hoje, essa postura está ultrapassada. A indústria já procura essa diversisficação, que podemos chamar de personalização. Hoje o artesão tem a possibilidade de intervir na produção. Isso ainda é uma posição aleatória dentro do processo produtivo. O operário que repete o mesmo processo será coisa do passado. LOGO MAIS O OPERÁRIO SERÁ UM BRAÇO EXTENSOR DO DESIGNER."

E sobre essa interação designer e operário destaca que: "o designer irá criar uma coleção e permitirá que o operários, criem por exemplo todas as cores. HAVERÁ UMA LIBERDADE CRIATIVA. Se as pessoas não são iguais porque as cadeiras têm que ser iguais."

E conclui: "toda idéia nova é elitista no seu início. O produto será sempre inovador mas os processos serão os fatores mais importantes. O DESIGNER DEVE TRAZER NOVAS IDÉIAS E PROJETAR O NOVO, COM O USO DE NOVOS PROCESSOS E NOVOS MATERIAIS. Com isso, o próprio trabalho será testemunho de seu tempo. Devemos lembrar que a primeira dificuldade para inovação é a resistência."

A releitura me fêz compartilhar com vocês o porquê das últimas estratégias adotadas pelo Programa de Design em relação ao conceito de design que se pretende estabelecer nos desenvolvimentos dos projetos em curso.

Um abraço,

Marta Melo - Consultora Programa Alagoas Design

Entrevista de Janete Costa para A CASA

Caros,
No último boletim da ONG A CASA, foi publicada uma entrevista com a arquiteta Janete Costa, reproduzida abaixo.

Você acha que o artesanato está em crise, ele está chegando perto do fim? Tem gente que fala que o artesanato vai acabar, porque isso é coisa do passado, isso é coisa que não existe mais, como você enxerga isso?
No Brasil não é. Enquanto houver pobreza e necessidade, a necessidade de fazer para usar (utilitários) - porque nem todos os lugares do Brasil têm o suficiente na indústria para essa gente pobre consumir - o artesanato vai continuar existindo. Por exemplo, em muitos lugares a panela de alumínio não chega à cozinha de uma certa população. As embalagens, em determinados lugares do Piauí, ainda são todas feitas com palha, com cesta. É mais barato para eles fazer uma cesta para carregar frutas do que comprar uma caixa. Então enquanto houver essa necessidade e a necessidade também do fazer, como o crochê, o bordado, o artesanato vai existir. As pessoas têm a necessidade não somente de ter, mas de fazer. É uma necessidade inerente ao ser humano, querer fazer as coisas.


Vocês podem acessar o conteúdo dessa e outras matérias através do site http://www.acasa.org.brEntrevista de Janete Costa para A CASA, em 08/08/2008

Fonte - http://www.acasa.org.br