17/07/2008

Como o MEC compreende a formação em design

Como o MEC compreende a formação em design

Por - Cristina Jacó

Fonte - http://imasters.uol.com.br/artigo/8701

Sabemos que, no Brasil, o órgão máximo que regulamenta a educação e, conseqüentemente, afeta as práticas profissionais dos estudantes universitários, em tempo de formação, é o MEC - Ministério da Educação e Cultura. Fazendo uma consulta na sua base de dados, estudando suas resoluções, portarias e a própria LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, encontramos alguns achados esclarecedores, que explicam, de certa forma, o que vem acontecendo no Brasil nessas profissões do setor de design.

Sabemos que o mercado de design abrange inúmeras nomenclaturas e atividades, por exemplo: webdesign, design de interiores, design gráfico, design industrial ou design de produto, design de embalagens, design editorial, design automobilístico, design de moda, etc. Cada uma dessas áreas abrangem práticas profissionais específicas e até, de certo modo, completamente diferentes umas das outras. Enquanto para um designer gráfico, por exemplo, é importante a comunicação criativa acima de tudo (afinal papel aceita tudo), para um designer industrial é muito importante atender à indústria e seus meios de produção, considerando questões de custos e reprodutibilidade do produto, assim a criatividade louca e desenfreada acaba a segundo plano. Afinal, se criativamente uma cadeira acolchoada com pregos é inusitada e irreverente, do ponto de vista do produto, não é útil e muito menos vendável, portanto não deve ser industrializada, pois se cadeiras servem para sentar, quem vai passar horas sobre pontas de pregos?

Muitas dessas questões fazem com que cada ramo do design siga por caminhos diferentes, com pontos de vistas diversos e até conflitantes. E o MEC, como vê isso? Quanto ele determina essas especificidades das profissões de design? O que ele assumiu ser o perfil do profissional de design, quais as habilidades que ele deve desenvolver em um curso universitário e que garantias os estudantes têm sobre a qualidade da sua formação?

A graduação em design é oferecida com um currículo de duração de dois a quatro anos, recebendo um título de tecnólogo (para cursos de dois anos) ou de bacharel, que devem obrigatoriamente completar quatro anos de curso universitário. Para mais esclarecimentos e saber como a educação no Brasil está organizada consulte o site do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, sobre a responsabilidade do MEC - Ministério da Educação e Cultura, através do endereço: http://www.educacaosuperior.inep.gov.br. Os órgãos brasileiros competentes se encarregam de manter atualizadas as informações sobre a situação da educação superior, publicando, na base de dados do INEP, os cursos e as instituições com cursos aprovados, reconhecidos e recomendados pelo próprio MEC.

A partir de 2002, o MEC iniciou um processo de reavaliação e revisão das diretrizes curriculares dos cursos de graduação de nível superior, entre eles os cursos de design. Para o governo brasileiro, o estudo de ramos específicos do design, como mencionados acima, deve obedecer ao estabelecido nas diretrizes curriculares gerais, determinadas para a área de design como um todo, portanto não há uma grade curricular específica para designers de Internet, ou designers de produtos. Suas diretrizes gerais determinam um nível mínimo de qualidade para esses cursos, sobre a pena de não ser reconhecido e não possuir seu diploma validado pelo órgão máximo da educação no Brasil.

De acordo com a Resolução CNE/CES nº 5, de 8 de março de 2004, que aprova as "Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Design", e dá outras providências. Segundo o Art. 3º deste documento o perfil desejado para o formando em design deve ser:

"O curso de graduação deve ensejar, como perfil desejado do formando, capacitação para a apropriação do pensamento reflexivo e da sensibilidade artística, para que o designer seja apto a produzir projetos que envolvam sistemas de informações visuais, artísticas, estéticas culturais e tecnológicas, observando o ajustamento histórico, os traços culturais e de desenvolvimento das comunidades, bem como as características dos usuários e de seus contexto sócio-econômico e cultural."

De acordo com o Art. 4º da mesma Resolução as seguintes competências e habilidades devem ser desenvolvidas nos estudantes de design dentro das instituições de ensino:

"O graduado em design deve revelar pelo menos as seguintes competências e habilidades:

I - capacidade criativa para propor soluções inovadoras, utilizando o domínio de técnicas e de processos de criação;

II - capacidade para o domínio de linguagem própria expressando conceitos e soluções em seus projetos, de acordo com as diversas técnicas de expressão e reprodução visual;

III - capacidade de interagir com especialistas de outras áreas de modo a utilizar conhecimentos diversos e atuar em equipes interdisciplinares na elaboração e execução de pesquisas e projetos;

IV - visão sistêmica de projeto, manifestando capacidade de conceituá-lo a partir da combinação adequada de diversos componentes materiais e imateriais, processos de fabricação, aspectos econômicos, psicológicos e sociológicos do produto;

V - domínio das diferentes etapas do desenvolvimento de um projeto, a saber: definição de objetivos, técnicas de coleta e de tratamento de dados, geração e avaliação de alternativas, configuração de solução e comunicação de resultados;

VI - conhecimento do setor produtivo de sua especialização, revelando sólida visão setorial, relacionada ao mercado, materiais, processos produtivos e tecnologias, abrangendo mobiliário, confecção, calçados, jóias, cerâmicas, embalagens, artefatos de qualquer natureza, traços culturais da sociedade, softwares e outras manifestações regionais;

VII - domínio de gerência de produção, incluindo qualidade, produtividade, arranjo físico de fábrica, estoques, custos e investimentos, além da administração de recursos humanos para a produção;

VIII - visão histórica e prospectiva, centrada nos aspectos sócio-econômicos e culturais, revelando consciência das implicações econômicas, sociais, antropológicas, ambientais, estéticas e éticas de sua atividade."

As exigências curriculares para as instituições de ensino estão explicitadas no mesmo ato normativo, no Art. 5º:

"O curso de graduação em design deverá contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que atendam aos seguintes eixos interligados de formação:

I - conteúdos básicos: estudo da história e das teorias do design em seus contextos sociológicos, antropológicos, psicológicos e artísticos, abrangendo métodos e técnicas de projetos, meios de representação, comunicação e informação, estudos das relações usuário/objeto/meio ambiente, estudos de materiais, processos, gestão e outras relações com a produção e o mercado;

II - conteúdos específicos: estudos que envolvam produções artísticas, produção industrial, comunicação visual, interface, modas, vestuários, interiores, paisagismos, design e outras produções artísticas que revelem adequada utilização de espaços e correspondam a níveis de satisfação pessoal;

III - conteúdos teórico-práticos: domínios que integram a abordagem teórica e a prática profissional, além de peculiares desempenhos no estágio curricular supervisionado, inclusive com a execução de atividades complementares específicas, compatíveis com o perfil desejado do formando."

O texto original desta Resolução pode ser encontrado no Portal do MEC através do endereço:

http://portal.mec.gov.br/cne/index.php?option=com_content&task=view&id=77&Itemid=227

Portanto, segundo a legislação vigente, os cursos de nível superior em design deveriam ser preparados para desenvolver no aluno uma visão holística e capacitá-lo a criar produtos e oferecer serviços completos. Como sempre, nossa legislação está em plena concordância com as necessidades do mercado, mas infelizmente os recém-graduados não conseguem desenvolver ou cumprir todas essas habilidades profissionais com a devida seriedade. Fica o alerta para todos que desejam ingressar nessa área, o MEC não determina especificamente o que aprender/ensinar em cada ramo do design. Daí a grande liberdade das instituições ensinarem o que é de seu interesse ou especialidade de seu corpo docente.

Portanto, mesmo que se matricule em uma instituição reconhecida pelo MEC, que obedece a essas diretrizes, e mesmo que a legislação exija das instituições avaliadas e reconhecidas um patamar mínimo de qualidade de ensino, generalizado e não especializado, a responsabilidade pela sua formação é, e sempre será, sua (não é do governo e não é da instituição de ensino). Nenhuma instituição, por mais equipada em termos de pessoal, infra-estrutura e recursos financeiros; e nenhum professor, por mais conceituado e esclarecido que seja, conseguirá transferir para o aluno desinteressado o que ele precisa saber para se virar no mercado. Por incrível que pareça há casos de alunos que se formam sem ter comparecido às aulas, ou colam grau sem ter sequer lido um único livro ao longo de seus anos de faculdade. Como espera um aluno sem cultura conseguir produzir um produto de elevado conceito cultural como são os produtos de design?

15/07/2008

Liberdade de expressão e informação

Caros Colegas, professores e colaboradores,

nosso grupo de estudos tem como premissa: a busca por novos conhecimentos, valores e da postura ética dos que trabalham com comunicação visual. Além da construção de um espaço virtual democrático para o entendimento e aprofundado sobre o que rege a atividade profissional que escolhemos ter - Design Gráfico. E como pretendermos trabalhar com "COMUNICAÇÃO VISUAL em prol da qualidade de vida do homem moderno" não temos e nem teremos interesses no campo da política e/ou financeiro em nossas exposições metódica sobre dado tema ou assunto (re)passados por essa forma de híbrida de comunicar.

Somos livres homens livres, vivemos numa sociedade democratica de direito e, não vivemos, graças a DEUS, em uma ditadura forjada no passado. O que nos permite entender que: falta de entendimento, conhecimento e visão do significado dos termos democracia-censura-liberdade de expressão e informação por poucos, não justifica ou impede que continuemos a pensar, a refletir e principalmente a sonhar.

Antonio Oliveira
Aluno e Colaborador

Ps.: Lembrando que e-mails são identificados e suas fontes citadas (por autor ou por link) e que seus participantes foram convidados.

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Ver Artigo - Democracia, censura e liberdade de expressão e informação na Constituição Federal de 1988

Fonte - http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2195

Em 2009 estaremos por lá.

14/07/2008

Anima Mundi 2008


Começou na sexta-feira, 11 de julho, e pode ser visto até o dia 20, no Rio de Janeiro, o "Anima Mundi 2008", 16º edição do Festival Internacional de Animação, maior evento do gênero na América Latina.
Na programação deste ano estão incluídos mais de 400 filmes e vídeos brasileiros e de outros 41 países, divididas em várias categorias, entre elas "Curtas", "Longas-metragens" e "Curta Infantil". Haverá premiações, dadas por júris popular e profissional. As projeções acontecerão no CCBB-Rio (Cento Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro), Centro Cultural Correios, Cine Odeon BR, Cinema Estação Botafogo e Oi Futuro. Além das apresentações de filmes, o evento inclui workshops, palestras, instalação e performances. A mostra "Galeria" exibe animações não-convencionais ou experimentais. Em São Paulo, o evento terá início no dia 23 de julho e irá até o dia 27. Programação e mais informações no site: www.animamundi.com.br.

O design do arquiteto, o arquiteto do design.*


O ensino universitário do design dentro da escola de arquitetura e urbanismo é recente em nosso país.

Vale lembrar que no período colonial, o ensino sobre o construir, a arquitetura e as artes em geral ocorria pela prática na técnica transmitida profissionalmente e na relação mestre-aprendiz. Talvez a figura mais lembrada por nós nesta época seja a do Aleijadinho em Minas Gerais.

Mais tarde, por volta de 1820, surgiu a primeira escola brasileira de arquitetura no Rio de Janeiro, sob a influência da Missão Francesa e de seu arquiteto maior Grandjean de Montigny. Foi a única escola durante um século, no Império e na República. Foi ela quem precedeu a Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1873, surge, em São Paulo, a Sociedade Propagadora da Instrução Popular visando ministrar o conhecimento profissional e que foi a raiz do Liceu de Artes e Ofícios, fundada em 1882. Pelo Liceu passaram vários membros atuantes, dentre eles a figura do Ramos de Azevedo que ministrava o curso de engenheiros arquitetos dentro da Escola Politécnica de Engenharia de São Paulo, de onde, mais tarde, surge finalmente o curso para arquitetos.

Decorre daqui, portanto, uma história do ensino da arquitetura no Brasil com duas vertentes: uma originária da Escola Nacional de Belas Artes (antiga Academia imperial), no Rio de Janeiro, e outra, da Escola Politécnica de São Paulo. Portanto, calcada ora na visão profissionalizante das belas artes, ora na confusão das atribuições do engenheiro e do arquiteto.

Assim é que, integrado aos movimentos artísticos nacionais e internacionais é que, aqui se estabelece vinculadas às intensas alterações populacionais, a industrialização e a visão cultural, uma história em pleno
desenvolvimento da Faculdade de Arquitetura e urbanismo da Universidade de São Paulo - FAUUSP, criada em 21 de junho de 1948.

É nesta escola, com os professores Luiz Ignácio Romero de Anhaia Mello, João Batista Villanova Artigas, dentretantos outros, é que o curso adquire um caráter de ofício engajado com as artes, as tecnologias com preocupações sociais coletivas e com o urbanismo.

Neste ambiente de extrema criatividade vocacionam-se profissionais diversos que ao longo destas décadas impulsionam o campo das artes e design em geral, na arquitetura e na cidade. Passam pela FAUUSP : João
Carlos Cauduro, Ludovico Martino, Lelé Chamma, Rafic Farah, Vicente Gil, Chico Homem de Melo, Sylvio Ulhôa, Ronald Kapaz, Giovanni Vannucci, André Poppovic, Kiko Farkas, Vicente Gil, Fernando Campana (dos irmãos Campana), Carlos Alberto Inácio Alexandre. Também fizeram a FAUUSP: Chico Buarque, Arrigo Barnabé, Wagner Tadeu Benatti, o Bitão (vocal dos Pholhas), Carlinhos"Bom Bril" Moreno, Thales Pan Chacon, Guilherme Arantes, Flávio Império, JC Serroni, , Newton Foot, Cláudio Tozzi, Luís Paulo Baravelli, Takashi Fukushima, Cristiano Mascaro, Tonico Ferreira ( repórter da Globo), dentre tantos.

O arquiteto multi vocacionado

O arquiteto é o profissional que intervém no espaço urbano, propondo sua ocupação e realizando mudanças
neste espaço. O caráter multidisciplinar da formação do arquiteto enseja atividades de compreensão do espaço
e o seu caráter sistêmico. Porém é interessante notar que, desde os primórdios, a ação do homem foi precedida
da ação de observar, de ver, de olhar. Só depois de compreendido o fato, de ter realizado a leitura é que se
estabeleceu a imaginabilidade, ou seja, realizou sua imagem mental. Daí veio a vontade de propor, conforme seu
desejo, seu desígnio, seu desenho.

O profissional arquiteto caracteriza-se pela atividade onde tem predomínio, eminentemente, o caráter projetual
com a realização de trabalhos ligados às soluções dos aspectos pragmáticos em diferentes campos de
abordagem, englobando aspectos sociais, históricos, tecnológicos, culturais e econômicos voltados aos
seguintes campos de abordagem:

1 Edificações e seu relacionamento com o entorno próximo; conjuntos de construções habitacionais, industriais,
de comércio e serviços ou de usos específicos;

2 Urbanismo, planejamento e organização de áreas urbanas, cidades e seus territórios de interação
metropolitana e regional, no contexto de sua produção e consumo, em suas estruturas sistêmicas e em seus
subsistemas: ocupação e utilização do solo, circulação, infra-estrutura, equipamentos, áreas de uso público,
paisagem e meio ambiente;

3 Imagens e mensagens visuais, aspectos da visualidade da cidade, do edifício e da comunicação visual
ambiental e da programação gráfica e;

4 Design dos objetos e produtos relacionados ao espaço arquitetônico, industrializáveis ou não, em seus
aspectos estéticos, ergonômicos e do planejamento de sua utilização;

Designer e arquiteto: arquiteto designer

É a formação do arquiteto pressupondo a preparação de um profissional com duplo perfil: por um lado,
conhecedor de procedimentos técnicos, científicos, artísticos e culturais que possibilitem sua atuação em campos
de grande diversificação; por outro lado, desenvolvedor de princípios e conhecimentos para a compreensão
política e econômica de uma sociedade globalizada.
Em uma visão mais específica, este profissional deverá conduzir-se frente a quatro linhas básicas que levem à:

1 promoção do equilíbrio estético-funcional entre beleza e praticidade;
2 realização de interfaces entre estética, economia, psicologia, sociologia e ergonomia;
3 organização de seus projetos desde a concepção até sua produtibilidade; e
4 viabilização técnica de todas as etapas de seu processo criativo.

Indicamos as seguintes habilidades e aptidões gerais que devem ser despertadas, incentivadas e lapidadas na
formação do arquiteto e urbanista:
Criatividade - desenvolvimento de habilidades e criatividades para a resolução de problemas e desafios
específicos;
Relacionabilidade - possuir visão crítica da importância do papel social e ambiental da atuação do arquiteto e
urbanista;
Sociabilidade - conscientização sobre a produção do arquiteto e urbanista enquanto fator de contribuição para a
melhoria social da qualidade de vida e meio-ambiente;
Comunicação - conhecer técnicas de tecnologias de transmissão e reflexão eficiente de informações, aplicativos e pesquisas; a comunicação sem fronteiras; a multiculturalidade; saber ouvir; saber falar;
Flexibilidade - adaptabilidades de conceitos para responder às demandas específicas de sua atuação;
Ética - participação ética ativa, esclarecedora e realista em todos os processos decisórios de suas atividades;
Iniciativa - espírito empreendedor habilitado à resolução de desafios plurais;
Multi culturalidades - habilidade para compreensão e respeito à pluralidade étnica e cultural decorrente do
intenso processo de globalização deste início de novo milênio;
Tecnologia - apreensão de novos sistemas, processos e tecnologias que preservem o meio-ambiente e
objetivem melhorar a qualidade de vida individual e comunitária.

Assim, o arquiteto deve ser um generalista apto a resolver contradições potenciais entre diferentes
requerimentos da arquitetura e urbanismo, respondendo às necessidades de abrigo da sociedade e dos
indivíduos, quanto a seus aspectos sociais, culturais, ambientais, éticos e estéticos. Deverá ser profissional apto
a compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos e comunidades compreendendo-os como
agente preponderante da construção da arquitetura e da cidade - com relação à concepção e organização do
espaço, do urbanismo, da construção de edifícios. A duração do curso de arquitetura é, em média, de cinco anos.

As áreas de atuação do arquiteto e urbanista requerem conhecimentos para resolução de questões específicas
de usa área de atuação nas seguintes áreas:

1 Projeto de arquitetura;
2 História e teoria de arquitetura, ciências humanas e tecnologia;
3 Artes;
4 Desenho urbano e planejamento;
5 Compreensão da paisagem urbana;
6 Contextualização;
7 Desempenho da edificação; e
8 Tecnologia da edificação.

A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo desenvolve o ensino e pesquisa através de seus três departamentos: Departamento de Projeto, Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto e o Departamento de Tecnologia da Arquitetura, onde atuam um corpo docente composto por cerca de 120 professores onde colaboram docentes da Escola Politécnica e do Instituto de Matemática e Estatística. Vale lembrar que se encontra em implantação junto a estes três departamentos, para funcionamento em 2005, o curso de Design.

A diversidade de disciplinas que estes três departamentos ministram pode ser mensurada pelos vários campos
que com compõem os grupos de:

1 Projeto de Edificações;
2 Planejamento Urbano e Regional;
3 Comunicação e Programação Visual;
4 Desenho Industrial;
5 Paisagem e Ambiente;
6 História da Arquitetura e Estética do Projeto;
7 Urbanização;
8 História da Arte;
9 História da Técnica;
10 Fundamentos Sociais da Arquitetura e Urbanismo;
11 Tecnologia da Construção;
12 Conforto Ambiental e Metodologia..

A FAUUSP possui um curso de pós-graduação stritu-sensu na área de Estruturas Ambientais Urbanas e área de
concentração específica: Design e Arquitetura nos níveis mestrado e doutorado. Tem também cursos de
extensão e de especialização em convênio com a Fundação para a Pesquisa Ambiental - FUPAM. Por precedência histórica e legal, o arquiteto e urbanista sempre foi um profissional capacitado ao desenvolvimento das atividades ligadas à organização dos espaços para a adequada satisfação das necessidades humanas. Esta organização compreende desde a concepção de soluções para as demandas específicas das espacialidades, essência da nobre arte de projetar até a sua efetiva viabilização, compreendida pela materialização do projeto, ou ainda, pela execução da sua obra.

Do ponto de vista legal, compete ao arquiteto e urbanista o exercício das atividades - de supervisão, orientação
técnica, coordenação, planejamento, projetos, especificações, direção, execução de obras, ensino, assessoria,
consultoria, vistoria, perícia, avaliação - referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos,
arquitetura de interiores, urbanismo, planejamento físico urbano e regional, desenvolvimento urbano e regional,
paisagismo e trânsito.

Portanto, um espectro bastante amplo que exige formação profissional em esforço capaz de qualificar o arquiteto
e urbanista na abrangência de suas competências legais, com o aprofundamento indispensável para que possa
assumir as responsabilidades nelas contidas e oferecidas pelo mercado de trabalho.

Porém o arquiteto do design, ou o arquiteto designer é profissional voltado a preocupar-se com a visualidade e
da imagem da arquitetura e da cidade, da correta disposição de elementos da paisagem urbana (mobiliário e
infra-estrutura, pele e paginação), propondo sua comunicação nos aspectos sinaléticos e equilíbrio visual, além da conservação e valorização do patrimônio construído, da proteção do equilíbrio natural e à utilização racional dos recursos disponíveis e que deve levar, sobretudo, avante o processo de construção de uma identidade do espaço do objeto, da arquitetura e da cidade com seu povo - nos seus processos e produção e consumo -
centrado na afirmação da solidariedade e no exercício da cidadania e voltado às demandas estruturais da
sociedade.

Arrisco citar algumas características e atributos de seu perfil profissional:

1 Utiliza-se dos princípios do design gráfico na arquitetura e no urbanismo: os campos de abordagem do Design
nas áreas: Ambiental, Corporativo, Editorial, Interativo, Tipográfico e Promocional. Possuidor, portanto, de
conhecimento crítico da imagem, linguagem e expressão do design no gráfico, editorial, publicitário, ambiental,
corporativo e do produto;

2 Objetivado para fortalecer os aspectos de sua identidade - desde os seus elementos, componentes até as soluções de organização visual e sua legibilidade - no espaço da arquitetura e da cidade, compreende a mensagem visual e sua interação com o espaço onde ela se insere e tem assim, consciência da importância do design nas ações projetuais que visam a requalificação do meio urbano;

3 Distingue dentro do design, os conceitos sistêmicos de programa de identidade visual (forma, função e uso), referenciando os componentes e os elementos teóricos básicos de linguagem e comunicação visual, o código de identidade visual e os elementos de expressão gráfica e fundamenta-se na construção do signo de comando: a marca (o logotipo, o símbolo e o pictograma); no alfabeto-padrão; nos códigos cromático, morfológico, tipográfico;

4 Participa, contemporaneamente, no processo de projetos digitais de produtos e modelagem de produtos e também de projetos digitais e modelagem de design visual. Para tanto, utiliza-se dos recursos de modelos físicos, maquete, mock-up , protótipo, prototipagem rápida e fotografia, vídeo e outros multi-meios.

Assim o arquiteto designer (egresso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) está capacitado a desenvolver projetos nas suas diversas configurações envolvendo a percepção e a concepção por meio da experimentação e observação (direta e/ou indireta), do desenho de espaços, dos projetos de prospecção sintâtico-teórica, dos modelos reduzidos, etc. através das linguagens que levam à compreensão que permite perceber e conceber a forma do espaço interior, da edificação e seus elementos, do espaço exterior imediato e do espaço exterior mediato.

Texto completo: http://www.arcoweb.com.br/debate/debate50.asp
Por favor, comentem sobre a o que acharam da discussão proposta.
Profa. Carol Gusmão




* Prof. Dr. Issao Minami
Arquiteto e Urbanista formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAUUSP, onde se mestrou e doutorou. Atualmente é professor doutor do curso de graduação e pós-graduação na FAUUSP, onde também é Coordenador do Grupo de Disciplinas de Programação Visual do Departamento de Projeto e membro eleito do Conselho do Departamento. É professor titular também na Universidade do Grande ABC -UniABC, onde leciona do curso de arquitetura e no curso de comunicação social. Escreve sobre artes e arquitetura para o jornal Nippobrasil. É autor de projeto de Sinalização Urbana para a Capital de Tocantins. Ganhou o primeiro prêmio no concurso de Idéias para a Sinalização do Edifício Birmann 21; recebeu menção honrosa na Premiação Anual dos Arquitetos IAB -SP 1997; foi premiado na III Bienal Internacional de Arquitetura; participou de equipe que recebeu menção honrosa no Concurso de Idéias para a Avenida Paulista; participou da equipe que recebeu o primeiro lugar no Concurso de Requalificação Ambiental e Paisagística para as Marginais dos Rios Tietê Pinheiros, em janeiro de 1999. Atualmente está desenvolvendo projeto de comunicação visual para a Itaipu Binacional dentro do denominado Complexo Ambiental e Turístico de Itaipu.) Vale a pena explicitar um pouco mais. Se me permitem, gostaria de, baseado na gênesis das atuações, considerar o que chamo de: O design do arquiteto, o arquiteto do design.

06/07/2008

Para pensar no seu futuro profissional.

Cadu Primola, Design pela Ufpe, enviou esse material para que fosse possível entender um pouco mais do que se pensa no Brasil sobre a formação do Designer. O provocador filme nos faz refletir de maneira verdadeira um pouco mais sobre em que universo estamos caminhando.
Logo, fazer existir a cultura do Design Gráfico extrapola "as simples" lições de classe, as primárias atividades de CTRL+c CTRL+V e as poucas páginas de edições superadas, além de autores já pertencentes ao passado oferecidas como referência por pseudos designers; entretanto não discarta o envolvimento efetivo do aspirante a Design Gráfico.

Antonio Oliveira
Colaborador e Estudante
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Repassando o que rolou aqui na lista dos Designers de Pernambuco da APD...

Abraços!

Cadu
Design Primola

É com grande prazer que os convido a assistir o documentário "A Folha que Sobrou do Caderno", realizado por Mauro Alex Rego, Alexander Czajkowski e Gabriel Costa Rodrigues, que aborda a educação de design no Brasil. O projeto contou com a participação dos professores Ari Rocha, Ivo Pons, Ivens Fontoura (UFPR), Conceição Martins (CEFET-SC), Naotake Fukushima (UFPR), Eddy Pires (Belas Artes-SP) e Alessandro Faria (UFBA), assim como de vários estudantes.

Para assistir, segue o link no google videos:
http://video.google.com/videoplay?docid=3328923649270546691

O arquivo de 100Mb, para download está disponível em: http://rapidshare.com/files/127117176/A_Folha_que_Sobrou_do_Caderno__100mb_.avi


Atenciosamente,

Janayna Velozo

RELEASE - A Folha que Sobrou do Caderno

*Todos os anos uma leva de designers se forma nos quatro cantos do Brasil e
uma pergunta inquietante não quer calar: estarão esses futuros profissionais
sendo preparados para enfrentar as múltiplas realidades do nosso país?
Existiria uma estrutura de curso ideal para formar os profissionais de
design adequados à nossa realidade? A quem interessa manter um formato de
ensino ultrapassado e ineficiente? Você já parou para pensar em seu papel
diante disso tudo?

"A folha que sobrou do caderno" é um instigante documentário resultante de
uma inquietação pessoal em congruência com uma preocupação coletiva:
precisamos discutir e reformar o ensino de design no Brasil. São colocadas
opiniões sobre modelos ideais de cursos e o papel que professores e
estudantes desempenhariam nesses modelos, bem como discussão sobre formação
tecnológica e teórica. A estrutura atual do ensino, questionamentos sobre
pesquisa e atualização tanto por parte dos professores como dos estudantes
também são abordados. A organização estudantil como transformadora da
realidade e o Movimento Estudantil fornecem o fechamento das discussões.

Em "A folha que sobrou do caderno", História, depoimentos e atitudes são os
principais ingredientes para alcançar a maior proposta do filme: PROVOCAR.*